sábado, 23 de março de 2013

Tradução literal no ensino de Língua Inglesa: Why and why not?




O uso da tradução no ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras (LE) vem sendo debatido no campo da Linguística Aplicada (LA). Professores, linguistas e pesquisadores, por um lado, afirmam que a tradução é um “método” ultrapassado e ineficaz, com falhas graves e influências veementemente negativas. Por outro lado, também defendem que ela pode contribuir de forma efetiva no ensino, especialmente como uma estratégia de aprendizagem ou técnica de ensino, sendo ainda considerada como a “quinta habilidade” (COSTA, 1988, p. 289; WELKER, 2003, p. 5; ROMANELLI, 2006, p. 5). Os prós e contras são consideravelmente muitos. No entanto, existe um consenso de que hoje se discute o uso da tradução não como uma abordagem de ensino, mas sim como uma estratégia que, em conjunto com outras, visa a contribuir para um ensino de línguas mais abrangente, permitindo o uso das cinco habilidades, a saber: compreensão oral/escrita, produção oral/escrita, tradução. (JOSÉ PINHEIRO DE SOUZA. Universidade Estadual do Ceará.  <http://www.gelne.ufc.br/revista_ano1_no1_27.pdf>)

Dentro da minha prática de ensino, não defendo a tradução-literal como um "método" eficaz. Todavia, entendo a tradução como parte do dia a dia da aprendizagem de qualquer língua estrangeira. Afinal, impossível não verter automaticamente e, várias vezes, da maneira mais literal possível, para a língua materna. Por essa razão, a tradução não pode ser excluída. O que deve ser evitado é a tradução literal como exercício em sala, ou para casa.

Explico: Nada de entregar um texto enorme, ou frases soltas, e um dicionário Inglês/Português, Português/Inglês e esperar que o aluno, brilhantemente, produza uma super tradução, cheia de sutilezas linguísticas e expressões idiomáticas.

O aluno não produzirá nada, ele só repetirá palavras com/sem sentido, de forma não contextualizada, de forma distante da maneira que o mesmo aluno utilizaria a linguagem em uma situação semelhante àquela ocorrida no texto.

Uma tradução só é tradução quando se reconhece nela a sua própria linguagem, não apenas a sua língua.

No 9º ano, começamos hoje um trabalho de melhor uso da tradução. Com base no texto” An interview”, utilizamos as 'PALAVRAS CHAVES", além da análise do gênero textual, para elucidarmos o foco do texto. Após obtermos essa resposta, após a compreensão de que o texto trata de uma entrevista, partimos para as considerações e análises que nos levaram a perceber a tradução mais próxima do que entendemos por nossa língua.

Como o método aplicado em sala foi uma conversa sobre o texto e, como as opiniões foram dadas unicamente de forma oral, pedi para que os alunos trouxessem suas conclusões acerca do texto de modo escrito. Ou seja, na próxima aula, terei uma gama de traduções diferentes, mesmo sendo o mesmo texto. Cada aluno, sem fugir ao tema, terá sua visão aplicada à maneira como melhor lhe aprouver a contextualização do assunto.

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